segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Aluno Deficiente Físico e o Profissional de Educação Física na Academia.

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Acessibilidade em Academias: muito além do limite físico.


Atividade física é um auxílio ao portador de deficiência, podendo melhorar sua mobilidade, autoestima e promover socialização.

A prática de atividades físicas deve ser um direito de todos.
2003 - Criação da Frente Parlamentar em Defesa da Atividade Física (FPDAF), sustentáculo legislativo do esclarecimento social da Atividade Física como elemento crucial na qualidade de vida do cidadão brasileiro. CREF\CONFEF (Conselho federal). A prática de atividade física por crianças e adolescentes contribui, de forma marcante, para o seu desenvolvimento. Com a emersão da Constituição Federal de 1988, a prática de exercícios físicos e esportes passou a compor um dos direitos sociais garantidos a todos os cidadãos.O discurso é bem humano, mas, na prática, isso nem sempre acontece. Muitas vezes, o acesso às academias, estúdios e clubes não têm condições que facilitam a acessibilidade e mobilidade de portadores de deficiência.
Lei n°. 10.098\2000 estabelece regras de acessibilidade.
“Muitas vezes o acesso às Academias, estúdios e clubes não têm condições que facilitam a acessibilidade e a mobilidade de portadores de deficiência”.“ As academias devem dispor de condições para atender pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida”
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A regra é clara!

“As normas estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), conforme NBR9050\04, não trata apenas do deficiente motor, mas também do auditivo e visual. “Por isso proprietários devem estabelecer critérios e parâmetros técnicos desde o projeto, construção, instalação e adaptação de seus espaços quando visitados pela fiscalização”.

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Acessibilidade x  Fiscalização.

“Grande parte dos Profissionais de Educação Física se preocupa em adaptar seus espaços quando são visitados pela fiscalização”.

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Inclusão:abrindo portas no mercado de trabalho.

“É uma coisa que não entendemos, pois já que estamos em um mercado ligado à saúde e ao bem estar, deveríamos ter uma maior preocupação como todos os seres humanos”.“As academias que são acessíveis a todos e divulgam isso, ganham até pontos com os clientes, que se sentem mais conectados, pois se identificam com a iniciativa”.

O mínimo para Acessibilidade.

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Muitos perguntam,  por que devem se adaptar se não atendem cadeirantes. Porém, quando questionamos os fiscais e os órgãos reguladores neste sentido, a resposta é que mesmo não atendendo a deficientes, se é um lugar aberto ao público, todos devem conseguir circular. Não existe área mínima de academia ou tipo de estabelecimento que não esteja sujeito a ser adaptado.

E o que seria ideal?

O ideal é existir um vestiário masculino e um feminino, com chuveiros, vasos sanitários e pias adaptadas. Os itens podem ser colocados dentro dos vestiários comuns ou construídos a parte. Para o deficiente, é mais confortável estar em um banheiro exclusivo, por conta da movimentação limitada. Porém, quando instalações adaptadas fazem parte do vestiário comum, elas podem ser usadas por não deficientes. Ao contrário das vagas de estacionamento, as instalações sanitárias não são de uso exclusivo do deficiente.
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Uso coletivo.
Elas podem ser usadas por qualquer um, o deficiente somente tem preferência. Vale lembrar também que a circulação têm dimensões mínimas. Não adianta fazer um vestiário adaptado se o cadeirante não consegue ir até ele. Para andar em linha reta, a passagem mínima para a cadeira de rodas é de 90cm, sendo que para fazer uma curva de 90 graus, é necessário um espaço de 1,20m, e para uma curva de 180 graus, é necessário no mínimo 1,50m.
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Exercício físico é aliado!

Uma pesquisa realizada pela ONG – Deficiente Saudável, afirma que em algum momento da vida 10% da população terá algum tipo de deficiência, seja permanente ou provisória (o aluno da academia pode quebrar a perna e continuar a praticar exercícios para os membros superiores, por exemplo).
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Nick Scott sofreu um acidente de automóvel que paralisou suas pernas e mesmo assim, conseguiu criou uma carreira no Fisiculturismo mundial.

Referências Bibliográficas.
  • Portal Educação Física - São Paulo - Edição 14 de abril de 2014.
  • LEI Nº 8.080, de 19 de Setembro de 1990.
  • Norma ABNT NBR 9050. © ABNT 2004 - Todos os direitos reservados
  • www.efdeportes.com/efd122/a-insercao-de-pessoas-com-deficiencia-fisica-nas-academias.htm
  • Costa AM; Duarte E. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida das Pessoas com Deficiência.
  • In: Rodrigues, D. organizador. Atividade Motora Adaptada: a alegria do Corpo. São Paulo: Artes Médicas; 2006. p.119–129.
  • Falkenbach, AP.; Drexsler, G; Lauxen, P. Experimentos práticos de inclusão em Educação Física escolar: um estudo a partir das publicações da área. EFDeportes.com, Revista Digital, Buenos Aires. Año 13, n 121, 2008.
  • Reid, G. Preparação profissional em atividade física adaptada: perspectivas norte-americanas. Revista da Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada. v.5, n.1, 2000.




sábado, 22 de outubro de 2016

Treinamento de Habilidades Psicológicas

O THP ou Treinamento de Habilidades Psicológicas é a prática sistemática e consciente das habilidades psicológicas ou psíquicas específicas que são importantes para o bom rendimento dos atletas, pois o sucesso nos esportes depende mais da capacidade mental quanto à física ou técnica, pois quando o atleta estiver no auge dessas capacidades o seu desempenho atingirá o pico da excelência.

O objetivo do THP, é atingir, com freqüência, a alta performance do atleta para que o mesmo possa render mais nos treinos, melhorar o desempenho, aumentar o prazer pela competição, alcançar melhor satisfação e em conseqüência, atingir melhores colocações individuais ou por equipe nos campeonatos.

Para atingir esses objetivos, o profissional utilizará técnicas psicológicas para:


• Realizar jogos ou apresentações tão bem quanto nos treinos
• Desenvolver técnicas para ultrapassar bloqueios mentais
• Motivar a si e a equipe
• Ter autoconfiança
• Controlar a ansiedade
• Ajudar na reabilitação dos atletas lesionados
• Controlar o estresse
• Amenizar os efeitos das pressões por vitória

A incessante busca pela fama faz com que atletas ou equipes não trabalhem o fator emocional dos atletas e esses não se beneficiem com as melhores técnicas para o busca do objetivo, que é a vitória, mas que essa não seja alcançada por meios que causará uma fadiga mental estressante. O trabalho do psicólogo no campo esportivo ainda não estar com a atenção merecida no mesmo padrão que é realizado o trabalho técnico e físico das equipes ou atletas individuais.

Vários atletas são vítimas de abusos mentais relacionados com dirigentes, técnicos e/ou mesmo as torcidas que não deixam danos físicos, mas, progressivamente o fator psicológico afetará seu desempenho nas competições. Simples palavras ou frases como “preguiçoso” ou “você nunca acerta” não é aceitável para ser ditas em treinamentos ou competições, pois, afetará drasticamente a autoestima e outros fatores subjetivos do lado emocional deste atleta e afetá-lo-á em situações como:

• Não saber lidar com a derrota em uma partida
• Paralisar após os momentos críticos
• Aumentar o tempo de recuperação de lesão
• Falta de motivação nos treinos
• Dispersar a atenção nas competições
• Ficar irritado e frustrado com o seu desempenho

Os fatores psicológicos são os principais responsáveis pelo o mau desempenho de um atleta que treina com uma eficiência exemplar e nas competições não rende o esperado por ele ou pelo público.

Para se trabalhar as habilidades psicológicas em um atleta, devem seguir as fases distintas:

• Educação
• Aquisição
• Prática

Na primeira fase, o atleta deve saber a importância do treinamento, conseqüentemente aprenderá e desenvolverá as habilidades mentais para que possa colocar em prática, mas a maioria dos atletas negligencia as habilidades psicológicas, mesmo essas sendo tão importantes para o seu desenvolvimento no desempenho, por três razões básicas:

• Falta de conhecimento
• Equívocos em relação às habilidades psicológicas
• Falta de tempo

Mas as equipes ou atletas que buscam trabalhar o fator emocional sairão na frente, pois é sabido que o psicólogo influencia para que uma performance seja boa ou ruim. Por isso o treinamento das habilidades psicológicas deve fazer parte da preparação na mesma proporção do físico e tático, para adquirir uma resistência mental adequada.

PRATIQUE O THP!

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Análise de marcha humana - Biomecânica

O presente estudo propende analisar a marcha humana utilizando câmera de infravermelho. As câmeras de infravermelho, também conhecidas por câmeras térmicas, são dispositivos optoeletrônicos que permite perceber imagens na faixa de radiações infravermelhas do espectro eletromagnético e convertê-las de forma sistemática à faixa visível do espectro, permitindo assim que os seres humanos literalmente observem as imagens térmicas geradas pelos corpos em temperaturas próximas à do ambiente.

O princípio de funcionamento baseia-se no fato físico de que qualquer corpo aquecido, à temperatura maior do que o zero absoluto, emite ondas eletromagnéticas cuja intensidade total, distribuição espectral de energia e freqüência de máxima emissão mostram-se dependentes fundamentalmente da temperatura dos corpos, sendo essa radiação eletromagnética essencialmente descrita na Física pela Lei de Planck acerca da radiação de corpo negro.

De uma forma preventiva, a análise da marcha pode ajudar a evitar futuras lesões e uma variedade de disfunções congênitas pediátricas demonstra que deformidades do pé interferem na capacidade de locomoção. No entanto, há em muitas vezes incertezas sobre os seus reais efeitos mecânicos. O pé torto congênito é um exemplo de uma disfunção pouco conhecida no que diz respeito as suas influências na locomoção de crianças. Desta forma, uma melhor compreensão da marcha destas crianças pode auxiliar no melhor no direcionamento de futuras ações na tentativa de minimizar ou corrigir tais possíveis desequilíbrios.

A cinemática é o ramo da ciência que propõe um estudo sobre movimento, sem, necessariamente se preocupar com as suas causas, estuda os movimentos dos corpos, sendo principalmente os movimentos lineares e circulares os objetos do nosso estudo que costumar estar divididos em Movimento Retilíneo Uniforme (M.R.U) e Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (M.R.U.V). 


CINEMÁTICA LINEAR

Movimento em linha reta é chamado de movimento linear ou translação.
·         Comprimento do passo esquerdo;
·         Comprimento do passo direito;
·         Comprimento da passada;
·         Largura do passo;
·         Cadência da marcha (números de passos por minuto);
·         Velocidade da marcha (metros por minuto percorridos).

            CINEMÁTICA ANGULAR

Descreve o movimento angular que ocorre em torno de um eixo de rotação que é uma linha perpendicular ao plano em que uma rotação ocorre:


  •  Movimentos angulares no plano sagital = flexão/extensão;
  •  Movimentos angulares no plano frontal = abdução/adução;
  •  Movimentos angulares no plano transverso = rotação.




CD: Calcanhar direito            Velocidade: 78 m/min
BE: Balanço esquerdo            Cadência: 109,71 passos/min
CE: Calcanhar esquerdo        Comprimento da passada: 1,40 m
BD: Balanço direito                Medida do passo: 0,57 m;
CD: Calcanhar direito            Tempo de balanço: 40% do ciclo,
                                                    Período de apoio: 60% do ciclo.


Musculatura envolvida durante a marcha:


AÇÕES MUSCULARES - CONTATO INICIAL
  • §         Dorsiflexores de tornozelo.
  • §         Quadríceps.
  • §         Eretores da espinha.
  • §         Flexores e adutores do quadril.
  • §         Glúteo máximo e posteriores da coxa.


       RESPOSTA Á CARGA:
  • §         Tibiais.
  • §         Flexor do hálux e dos dedos.
  • §         Glúteo máximo e posteriores da coxa.
  • §         Quadríceps.
  • §         Gastrocnêmios.
  • §         Eretor da espinha.



APOIO TERMINAL:
  • §  Flexores plantares e intrínsecos do pé.
  • §  Tríceps sural.
  • §  Isquitibiais.


 PRÉ-BALANÇO:

§  Flexores plantares e intrínsecos do pé.
§  Flexor longo do hálux.
§  Ílipsoas e adutores do quadril.



BALANÇO INICIAL:
  • §  Dorsiflexores do tornozelo.
  • §  Flexores de quadril.
  • §  Glúteo médio.



BALANÇO MÉDIO:
  • §  Dorsiflexores do tornozelo.
  • §  Glúteo médio e quadrado lombar.


BALANÇO TERMINAL:
  • §  Dorsiflexores de tornozelo.
  • §  Quadríceps.
  • §  Glúteo máximo.

§   A locomoção humana está intimamente ligada ao controle postural, pois é justamente a perturbação do equilíbrio que permite a atuação urgente do controle motor em buscar restituir o equilíbrio. 


MARCHAS PATOLÓGICAS

      A marcha normal é uma sucessão de desequilíbrios controlados pelo corpo, que resultam em progressão. O objetivo fundamental é mover-se de um ponto ao outro com segurança e economia de energia.

    Após analisar detalhadamente os resultados, concluo que a análise de macha utilizando câmera infravermelha pode engrandecer o estudo sobre movimento humano acerca de quantificar imperfeições muitas vezes imperceptíveis a olho nu. Cabe ressaltar que esse estudo ainda requer maiores investimentos na área, pois um equipamento de filmagem adequado possui um valor elevado no mercado.










6.      REFERÊNCIAS

·      Simple models of human motion. Applied Mechanics Review, ALEXANDER, RM. (1995).

·      Kinematic determinants of human locomotion. BORGHESE,N.;BIANCHI, L.;           LACQUANITI F. (1996).

Parâmetros biomecânicos da marcha em crianças com pé torto congênito unilateral e bilateral SOARES Renato José, Alex Sandra Oliveira de CERQUEIRA, Luis MOCHIZUKI, Júlio Cerca SERRÃO, João Paulo VILAS-BOAS, Alberto Carlos AMADIO

·     Biomecânica do esporte e exercício. PETER MC GINNIS. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

·     Desvendando a física do corpo humano. EMICO OKUMO, LUCIANO FRATIN 2ed. São Paulo: Manole, 2002.

·     Bases neuromecânicas da cinesiologia. ROGER M. ENOKA 2ed. São Paulo: Manole, 2000.

·     Bases biomecânicas do movimento humano. JOSEPH HAMILL, KATHLEEN M. KNUTZEN 1 ed. Barueri: Manole, 1999.

·     Biomecânica básica. SUSAN J. HALL.  5ed. Barueri: Manole, 2009.